sábado, 29 de agosto de 2009

Será que chegou a menopausa?

Auto teste detecta a presença do hormônio que identifica a fase madura da mulher

Hoje é muito comum ouvir falar sobre o tratamento da menopausa. Mas será que a mulher sabe exatamente quando ela chega?

Muitas vezes sintomas como: Calores, suores noturnos, redução do desejo sexual e ausência da menstruação, nem sempre, significam que a mulher já está na menopausa.

Apesar de serem os sintomas mais comuns nessa fase da mulher, é preciso entender que existe também a perimenopausa. Esse é o termo médico usado para denominar a fase de transição que marca o fim da vida reprodutiva feminina. É a fase que antecede a menopausa.

“Mudanças endócrinas, biológicas e clínicas; a perimenopausa é a aproximação da ultima menstruação e podem durar vários anos”, explica a Dra Carolina Ynterian. Ela surge normalmente por volta dos 45 anos e deve-se à diminuição de estrogênio, hormônio feminino que é produzido pelos ovários.

Durante esse período, o corpo da mulher passa por diversas mudanças e é preciso estar atenta para não tomar nenhuma atitude precipitada, pois os sinais aparecem um pouco antes da fase exata da menopausa.

A mulher só pode considerar que está na menopausa após um ano da ausência do sangramento. Mesmo sem ter certeza, muitas optam por iniciar um tratamento de reposição hormonal, porém esse processo não é o mais recomendado.

A reposição hormonal é utilizada para diminuir os sintomas da menopausa, porém existem algumas restrições em utilizar este método. “Mulheres com casos de câncer na família devem evitar a ingestão de hormônios, pois existe uma possibilidade maior de desenvolverem a doença”, alerta Carolina.

É importante evitar o método quando não se sabe, ao certo, se a mulher ainda está na perimenopausa.

“A melhor opção, nesse caso, é manter uma alimentação equilibrada, com uma dieta rica em soja e proteínas, além de exercícios físicos regulares”, aconselha Carolina.

Tendo isso em vista e para ajudar as mulheres a identificarem o quanto antes com absoluto grau de precisão, sem precisar recorrer a exames mais invasivos, a empresa Analitic Tecnologia de Precisão, disponibiliza no mercado o Confirme Menopausa. “O produto detecta o aumento do hormônio Folículo Estimulante (FHS) através da urina”, diz Ynterian. “Assim, ao confirmar a presença dessa nova fase da mulher, é preciso procurar o médico para tomar as devidas precauções”, completa a Dra.

Fonte: Ação e Comunicação

Crise de asma: o que fazer?

Elas começam de uma hora para outra e mesmo quem já está habituado às crises de asma, não deixa de ficar preocupado

Elas começam de uma hora para outra e mesmo quem já está habituado às crises de asma, não deixa de ficar preocupado. Afinal, a crise asmática é uma das principais causas clínicas de consultas em emergências e pode levar à morte. Mas é importante ressaltar que sua gravidade é influenciada por diversos fatores e, de modo geral, essas crises são leves, sendo controladas com uso de baixas doses de broncodilatadores. Nos casos mais graves pode ser necessária internação em CTI ou uso de respirador artificial.

A crise asmática, se interrompida precocemente, tem pequena chance de evoluir de forma grave. Por isso a pessoa asmática deve estar apta a reconhecer os sinais que indicam uma crise em sua fase inicial e usar os medicamentos recomendados por seu médico.

Características da crise

Desconforto respiratório e tosse seca podem ser os primeiros sintomas de broncoespasmo. Sibilos (chiados), falta de ar e impossibilidade de falar frases longas são sintomas mais tardios de uma crise. Sudorese difusa, lábios e mãos arroxeadas e falta de ar em repouso são sinais de gravidade extrema necessitando de atendimento em emergência e hospitalização.

Outros modos de reconhecer a crise

Além de dados clínicos, o uso de aparelhos de medida de pico de fluxo expiratório (peak flow) pode ser útil ao reconhecimento da crise. Esses aparelhos são portáteis e simples e podem ser usados diariamente para a monitorização da função respiratória de pessoas com asma moderada ou grave. Quando o paciente observa que seu peak flow caiu mais que 30% do que normal, isso representa uma crise, mesmo na ausência de sintomas.

Como tratar a crise

Uma vez reconhecida a crise, é preciso fazer o possível para interrompê-la. Para isso, devem ser utilizados broncodilatadores de ação curta, como salbutamol e fenoterol ou a combinação destes com bromento de ipatrópio, por via inalatória, seja em spray ou nebulização. Salmeterol, formoterol, aminofilina e teofilina apesar de excelentes broncodilatadores não devem ser utilizados na crise asmática, pois demoram a fazer efeito.

Os broncodilatadores de ação curta devem ser utilizados com intervalos de 20 minutos, até que os sintomas melhorem. Se após sua utilização, por três vezes, não ocorrerem mudanças no quadro clínico, é preciso procurar atendimento médico imediato.

É sempre importante, ainda que não seja uma prioridade na crise, lembrar de lavar a boca, bochechar com água e cuspir após o uso de broncodilatadores para evitar tremor e palpitações, efeitos colaterais comuns de broncodilatadores.


Autor: Imprensa
Fonte: MedCenter MedScape

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Estudo mostra que gripe A é mais letal do que gripe comum

Estudo feito por centro europeu mostra que, de cada mil pessoas contaminadas, entre quatro e seis não resistem ao H1N1


A taxa de mortalidade da gripe A é pelo menos duas a três vezes superior à da sazonal. Outro dado é que quase a metade das vítimas já sofria de outras doenças antes de serem contaminadas pelo vírus.

A avaliação foi conduzida por cientistas franceses e divulgada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, que acaba de concluir o primeiro perfil completo da nova doença, quatro meses depois da eclosão dos casos nos Estados Unidos e no México. O centro é uma agência da União Européia criada com o objetivo de reforçar as defesas da continente contra as doenças infecciosas.

Apesar de ser mais virulenta do que a sazonal, a gripe A ainda é mais branda do que o vírus que gerou a gripe espanhola em 1918 e que matou 40 milhões de pessoas no mundo, conforme estimativas. Segundo o estudo, de cada mil pessoas contaminadas, entre quatro e seis não resistem ao vírus H1N1. Isso representaria uma letalidade de 0,4% a 0,6%. Já na gripe espanhola, a taxa de letalidade era 10 vezes maior à da gripe A.

O perfil ainda mostra que mais da metade dos casos de mortes – 51% – ocorreram com pessoas entre 20 e 49 anos e que os grupos afetados não são os mesmos vulneráveis à gripe sazonal. Quarenta e nove por cento dos mortos já sofriam de outros problemas de saúde antes de ser contaminados.

A avaliação foi feita em julho com dados de 28 países de todo o mundo, inclusive com os casos registrados no Brasil. A variação entre continentes, porém, é considerada significativa. Em alguns países, a taxa foi superior à média mundial. No México, ela chegou a 6% nos três primeiros meses. Na Argentina, foi de 4,5% entre maio e julho.

Uma das conclusões é a comprovação de que diabéticos e obesos têm mais chances de não sobreviver ao vírus. O que o estudo também revela é que nem crianças nem idosos estão entre os grupos de maior risco, como foi inicialmente indicado. Apenas 12% dos mortos até agora tinham mais de 60 anos. Noventa por cento dos óbitos gerados pela gripe sazonal ocorrem em pessoas com mais de 65 anos. Por ano, entre 250 mil e 500 mil pessoas morrem no mundo de gripe comum.

Uma das teorias avaliadas pelo estudo é de que os mais idosos estariam mais protegidos porque, no passado, podem ter sido expostos a um vírus parecido ao H1N1 ou a uma versão mais leve do mesmo vírus. A estimativa é de que as pessoas que nasceram antes de 1957 podem ter desenvolvido uma resistência a um vírus que se desenvolveu após a gripe espanhola, em 1918. Mas o perfil ainda mostra que, quando idosos são contaminados pelo vírus H1N1, a taxa de mortalidade é alta.

O estudo também indica a necessidade de proteger mulheres grávidas. Nesta semana, a Comissão Europeia divulgou sua estratégia de vacinação, que deve começar já em meados de setembro. Gestantes, médicos e enfermeiras e pessoas com problemas de saúde devem ser os primeiros a receber a vacina. A UE admite, porém, que será “improvável” que haja vacinas para todos em um primeiro momento.

– Será necessário definir prioridades – disse.

Dinheiro- Para enfrentar a doença, o governo federal enviou ontem ao Congresso uma medida provisória para liberar R$ 2,1 bilhões em crédito extraordinário.- Metade da verba deverá ser usada na compra de vacinas.- A segunda maior fatia de recursos vai para a compra de medicamentos.- Também haverá investimento na ampliação do número de leitos de UTI e na compra de equipamentos usados para tratar problemas respiratórias.- Os governos estaduais deverão ainda receber recursos.- Outra parcela será usada em pesquisas sobre a gripe.

Dinheiro

- Para enfrentar a doença, o governo federal enviou ontem ao Congresso uma medida provisória para liberar R$ 2,1 bilhões em crédito extraordinário.

- Metade da verba deverá ser usada na compra de vacinas.

- A segunda maior fatia de recursos vai para a compra de medicamentos.

- Também haverá investimento na ampliação do número de leitos de UTI e na compra de equipamentos usados para tratar problemas respiratórias.

- Os governos estaduais deverão ainda receber recursos.

- Outra parcela será usada em pesquisas sobre a gripe.




Fonte: Zero Hora

Laboratório de hospital na Capital realizará exames de diagnóstico da gripe A

Exames serão feitos de forma particular e terão resultados em até 48 horas


Após o Lacen, outro laboratório no Estado realizará exames que apontarão diagnóstico de gripe A nos pacientes. A partir desta sexta, Laboratório Diagnósticos da América S.A (DASA), no Hospital Mãe de Deus, estará habilitado para realização do teste da nova gripe.

Os resultados serão produzidos em até 48 horas da coleta do material e os exames feitos apenas de forma particular — não há utilização do serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O hospital fará o exame apenas sob indicação médica e em casos de síndrome gripal de pacientes que se enquadram nos grupos de risco ou que exijam internação hospitalar.

O Mãe de Deus conta com uma unidade de atendimento a gripe A localizada no estacionamento ao lado do Hospital desde 24 de julho.


Fonte: Zero Hora

Chás exigem cuidados no preparo e na harmonização

Bebida milenar é um prazer saudável

Diego Adami

A tradição de beber chá tem conquistado seguidores em todo o Rio Grande do Sul. Descoberta por acaso há cerca de 5 mil anos pelo imperador chinês Shên Nung, a bebida é a estrela do Jardim do Chá, aberto recentemente pelas irmãs Ivana e Ângela Rigotto Eberle, na chácara que leva o sobrenome da família, no bairro Exposição, em Caxias do Sul. Lá, é possível encontrar cerca de 40 variedades nacionais e importadas, além de utensílios para o preparo, doces e salgados.

Conta a lenda que enquanto o imperador fervia água sob a sombra de uma árvore durante um de seus passeios, folhas da planta caíram no líquido, deixando a infusão com uma tonalidade diferente. Curioso, o soberano resolveu provar a tal água colorida e, satisfeito, começou a fazer experimentos com outras plantas.

Estava descoberto o chá, que, com o passar do tempo, se tornou uma das bebidas mais consumidas no mundo.

– Na China, os chás são comparados a vinhos de grandes safras. Há todo um ritual para o seu consumo – explica Ivana.

Um exemplo disso são as recomendações de harmonizações e as indicações dos melhores momentos de consumo conforme o tipo de chá.

Conheça mais sobre as joias da China
Só são considerados chás os extraídos da plantaCamellia sinensis. Confira a classificação, de acordo com o tempo de fermentação.

Verde: Não é fermentado
Branco: Fermentação curta
Oolong: Semi fermentado
Preto: Totalmente fermentado
Amarelo: Fermentado em várias etapas

Harmonização
Assim como os vinhos, cada tipo de chá combina melhor com determinada comida.

Verde e amarelo: Indicados pela manhã e como acompanhamento de bolos e tortas
Branco: Pela manhã e em refeições leves como saladas e peixes
Oolong: Após o almoço ou jantar
Preto: No café da manhã e à tarde. Por ser mais forte, não é recomendável ser ingerido com o estômago vazio

SAIBA MAIS

- Nem tudo o que é chamado de chá pode ser assim nomeado. Somente são consideradas chás as ervas provenientes da planta Camellia sinensis. De macela, erva-doce, boldo, maçã e outros são apenas infusões.
- Incluído entre os chás pretos, o darjeeling, produzido apenas na primavera na região homônima da Índia, é um dos mais populares.
- Pesquisas indicam que os chás são ricos em polifenóis, que auxiliam no combate aos radicais livres, causadores do envelhecimento precoce da pele.
- Estudos afirmam que, por terem alto teor de cafeína, os chás atuam na queima de calorias e, consequentemente, na perda de peso.
- A água não pode estar fervendo. A temperatura ideal deve ser entre 80 graus e 90 graus. Se ferver, desligue o fogo e espere 5min antes de iniciar o preparo. Caso contrário, queimará as folhas.
- O ideal é utilizar água mineral sem gás. Caso seja usada água da torneira, o ideal é fervê-la por cerca 5min.
- Alguns tipos de chás pedem o uso de infusor no preparo. Outros podem ser preparados colocando as ervas direto na xícara. Para cada xícara de água, é recomendável 1 colher (chá) de ervas.
- O tempo de infusão deve ser entre 3min e 5min. Quanto mais tempo, mais amarga e forte será a bebida.
- O ideal é que os chás sejam bebidos sem açúcar ou adoçados com 1 colher (chá) de mel.

Fonte: Zero Hora

Intoxicação por Salmonella pode causar graves danos à saúde

A bactéria Salmonella Enteritidis (SE) é um dos tipos de bactérias que mais tem sido associada a surtos de intoxicações alimentares desde os anos 70, promovendo graves consequências a saúde pública. Além disso, pode comprometer severamente a saúde física da pessoa (SILVA, GERMANO e GERMANO, 2000).

Esta bactéria é muito presente em ovos, amplamente utilizados na alimentação do brasileiro, e possui estrita relação com os hábitos de preparo dos alimentos (OLIVEIRA et al., 2003). Segundo Peresi e colaboradores (1998), países como Itália apresentaram, em um período de 4 anos, mais de 1.300 surtos de intoxicação pela bactéria, acometendo mais de 5 mil pessoas. No Brasil, o primeiro registro da doença em humanos ocorreu no ano de 1993, em um episódio em uma escola situada na região noroeste do estado de São Paulo, embora, a bactéria já houvesse sido identificada em animais no ano de 1989 (Ferreira et al., 1990).

Para alguns pesquisadores, os casos registrados no Brasil são tardios em relação aos registrados em países europeus em decorrência da migração comercial de matrizes de aves entre países dos continentes Europeu e Americano. Dessa forma, é interessante que se faça um estudo dos principais sintomas, modos de contaminação e tratamento da doença, como medida (modo já tem em cima) para evitar a ocorrência de novos surtos.

Contaminação e Diagnóstico

A contaminação por Salmonella ocorre quando do consumo de ovos crus ou parcialmente crus. Além disso, há relatos de contaminação após contato com fezes, animais domésticos ou não, bem como em casos de más práticas de higiene (CDC, 1990).

Um fato interessante é que os alimentos contaminados geralmente apresentam aspecto saudável. Dessa forma, durante a elaboração das refeições, as pessoas não suspeitam dos riscos possíveis do consumo de ovos e derivados, reduzindo, assim, as boas práticas para utilização deste alimento.

Outro fato importante é que na culinária brasileira, muitos pratos são feitos com ovos crus ou parcialmente cozidos: o típico molho de maionese, fios de ovos, carnes preparadas do modo a milanesa, cremes, gemadas, etc. Como esta zoonose tem alto poder de propagação, fica simples compreender o por que da ocorrência de surtos, pois basta um ovo contaminado e indevidamente manipulado para que o alimento seja contaminado.

A maioria das pessoas sente, em ate 72 horas após a contaminação, os primeiros sintomas da doença que, geralmente, incluem dores abdominais, diarréia e febre. Alguns casos podem ser de maior ou de menor intensidade, variando de acordo com o organismo da pessoa.

Idosos e crianças, através das características particulares de seus sistemas imunológicos, podem apresentar quadros mais graves ou de maior desidratação. Assim, podemos entender melhor o motivo de uma quantidade significativa de estudos que abordam as intoxicações em escolas (CAMPOS et al., 2009; SILVA, GERMANO e GERMANO, 2003) e asilos (PERESI et al., 1998; GERMANO e GERMANO, 2003), pois são tentativas de elaboração de políticas de boa higiene nestes ambientes, reduzindo, de modo não-oneroso, as taxas de incidência da doença e com repercussões diretas na saúde pública.

Tratamento

Após um diagnóstico correto, muitos casos são solucionados com repouso, alimentação balanceada e hidratação. Contudo, em decorrência da resistência que da bactéria em alguns organismos, bem como da gravidade do caso, são necessárias hospitalizações, que duram até sete dias. Nestas, o clínico irá avaliar a necessidade de hidratação via soro fisiológico, para repor a perda de líquidos, além da necessidade da administração de antibióticos.

Dicas para evitar esta doença

→ Não consuma ovos e carnes em geral sem que estejam completamente cozidos (as altas temperaturas são eficazes na aniquilação da bactéria);

→ Lavar adequadamente todos os produtos que serão consumidos, sugerindo-se ainda a administração de anti-sépticos culinários, disponíveis no mercado;

→ Procure higienizar adequadamente os instrumentos utilizados na manipulação de alimentos. Lembre-se: um instrumento contaminado pode “dar carona” à bactéria até os demais;

→ Dar preferência, no ato das compras, de produtos inspecionados;

→ Lavar sempre as mãos antes das refeições e contatos com animais.

Referências:

- CAMPOS, A. K. Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil. Food Control, v. 20, n. 9, p. 807-810, Set. 2009.

- CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Update: Salmonella enteritidis infections and shell eggs - United States, 1990. MMWR, v. 39, n. 50, p. 902-12, 1990.

- FERREIRA, A. J. P.; ITO, N. M. K.; BENEZ, S. M. et al. Infecção natural e experimental por Salmonella enteritidis em pintos. In: Conf. Apinco de Ciência e Tecn. Agr. Anais. Campinas: FACTA, p.171, 1990.

- GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. São Paulo: Varela, 2003.

- OLIVEIRA, A. M. et al. Manipuladores de Alimentos: Um fator de risco. Higiene Alimentar, v. 17, n. 114–115, p. 12-19, 2003.

- PERESI, J. T.M. et al. Surtos de enfermidades transmitidas por alimentos causados por Salmonella Enteritidis. Rev. Saúde Pública, v. 32, n. 5, p. 477-483, Out. 1998.

- SILVA, C.; GERMANO, M. S.; GERMANO, P.M.L. Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias da Merenda Escolar. Higiene Alimentar, v. 71, n. 14, p. 24–31, 2000.

- SILVA, C.; GERMANO, M. S.; GERMANO, P.M.L. Condições Higiênico–Sanitárias dos Locais de Preparação da Merenda Escolar, da Rede Estadual de Ensino em São Paulo, SP. Higiene Alimentar, v. 17, n. 110 p. 49–55, 2003.

Autor: Guilherme Wendt - Equipe SIS.Saúde

Fonte: Vide Referências

Transtorno bipolar na infância

Conheça algumas características diagnósticas desse transtorno

O transtorno bipolar pode ser categorizado como a ocorrência de oscilações no humor, alternando entre períodos de euforia (mania) e momentos de depressão e melancolia (APA, 2002). Sua prevalência na população geral varia entre 1 e 5% (ALCANTARA et al., 2005), sendo que muitos estudos têm sido realizados para uma melhor compreensão da doença, responsável por grande prejuízo ao funcionamento saudável da pessoa.

De acordo com os manuais CID-10 e DSM-IV (guias de classificação de transtornos mentais), o diagnóstico definitivo deve ser realizado após os 18 anos de idade. Contudo, houve uma mudança significativa na compreensão clínica e científica dessa patologia nos últimos anos, e crianças e adolescentes passaram a ser diagnosticadas com esse transtorno (YOUNGSTROM et al., 2009). Tal fato deve-se, entre outros fatores, à constatação de que esse transtorno é resultante da interação entre o ambiente e a genética do indivíduo (MACHADO-VIEIRA et al., 2003).

Na maioria dos casos, esse transtorno se desenvolve entre 15 e 19 anos de idade, contudo, também há casos diagnosticados antes dos 13 anos de idade (GOLDSTEIN et al., 2009; SANTOSH e CANAGARATNAM, 2008; RHODE e TRAMONTINA, 2005). A prevalência da patologia nessa população pode chegar a 4%, conforme alguns estudos (GOLDSTEIN et al., 2009; JOSHI e WILENS, 2009; SANTOSH e CANAGARATNAM, 2008).

Em vista a tais dados, os esforços da comunidade científica para o aprimoramento do conhecimento acerca das particularidades do transtorno do humor bipolar na infância se intensificaram. Assim, muitos estudos começaram a ser realizados a respeito, a fim de identificar as características desse transtorno em crianças e adolescentes, discutindo se existem diferenças entre jovens e adultos ou mesmo se os critérios do DSM-IV podem ser aplicados aos casos de crianças e adolescentes, e quais desses critérios podem servir como base para um diagnóstico diferencial (YOUNGSTROM et al., 2009). Do mesmo modo, conforme alguns estudiosos salientam, o diagnóstico precoce da doença pode evitar uma série de danos ao paciente, comumente associados à doença (COSTA, 2008).

Abordar esses estudos torna-se importante, uma vez que podem orientar as pessoas a respeito do tema, tendo em vista que ainda existe, em muitos meios, a crença de que crianças e adolescentes não apresentam transtornos mentais. Tal noção deve ser alterada, pois, o tratamento precoce de transtornos mentais possibilita um prognóstico mais favorável nessa idade que em adultos, quando as patologias podem estar definitivamente instaladas. Do mesmo modo, conforme coloca Costa (2008), o transtorno bipolar no adulto vem, muitas vezes, acompanhado de outras doenças, entre elas a dependência química, transtornos de ansiedade e outras afecções.

De acordo com Santosh e Canagaratnam (2008), o diagnóstico do transtorno bipolar em crianças e adolescentes deve ser realizado por uma especialista em saúde mental da criança e do adolescente, auxiliado por uma análise prospectiva do humor, avaliando-se os sintomas apresentados versus os comportamentos esperados para cada idade. Além disso, os autores salientam acerca da importância de considerar-se o contexto no qual o indivíduo está inserido. Apesar de haver discordância em relação ao fato de “rotular” crianças e adolescentes na aferição de diagnóstico de algum transtorno mental, a severidade do transtorno bipolar e sua tendência incapacitante tornam crucial o seu adequado diagnóstico, de modo que um tratamento apropriado possa ser administrado.

Em primeiro lugar, é importante frisar que o transtorno bipolar não é uma categoria diagnóstica única, existindo vários espectros que podem ser identificados, como os especificados na tabela abaixo. Tal categorização se fez necessária de modo a agrupar distintos graus de padecimento e para facilitar a administração de determinados fármacos, específicos para cada apresentação da doença.

Tabela 1 – Espectros do transtorno bipolar
Fonte: Santosh e Canagaratnam, 2008.

Youngstrom et al. (2009) colocam que o diagnóstico do distúrbio bipolar deve envolver uma série de instrumentos, sendo um destes a presença da história familiar positiva para a doença. Os questionários apenas devem ser utilizados em último caso, quando a história familiar é positiva, até porque na maioria dos países ainda não existem questionários validados para as populações jovens. Contudo, a história familiar aumenta o risco de desenvolvimento desse transtorno, mas é apenas uma parte dos critérios utilizados para esse diagnóstico, que deve abranger uma multiplicidade de instrumentos e medidas.

A história familiar positiva para o transtorno bipolar está associada a 15% dos parentes de primeiro grau (SANTOSH e CANAGARATNAM, 2008). Além disso, Sweeney (2006) encontrou que problemas perinatais (no nascimento) aumentam o risco do desenvolvimento desse transtorno; portanto, uma história familiar positiva, associada a problemas perinatais, deve alertar o clínico acerca da possibilidade de desenvolvimento dessa patologia.

Do mesmo modo, a irritabilidade frequente (episódios de raiva) é um dos sintomas que fazem parte do diagnóstico dos chamados “espectros bipolares”, embora essa característica também esteja associada a outros transtornos mentais, tais como o transtorno de déficit de atenção e do comportamento opositivo-desafiador (SANTOSH e CANAGARATNAM, 2008). Nesse sentido, observam-se dois indicadores, que podem sugerir que uma criança ou um adolescente possa estar desenvolvendo um transtorno bipolar: a história familiar positiva e a irritabilidade frequente.

Porém, esses indicadores ainda são frágeis para um diagnóstico definitivo, sendo que devem apenas servir como um alerta de que algo não vai bem com o jovem, além do fato de que é necessária uma investigação mais aprofundada a respeito (SANTOSH e CANAGARATNAM, 2008; YOUNGSTROM et al., 2009).

Considerando que o transtorno bipolar e seus espectros não podem ser diagnosticados utilizando-se todos os critérios do DSM-IV para a aferição na infância e adolescência, Staton et al. (2008) realizaram uma pesquisa de modo a identificar quais dos critérios desse manual podem ser aplicados a essa população.

Os resultados do estudo indicaram que a presença periódica ou crônica de sintomas como grandiosidade e fuga de pensamentos associada com cinco critérios maníacos do DSM-IV (sem exigências de periodicidade) podem englobar a maioria das desordens pertencentes aos espectros do transtorno bipolar em crianças e adolescentes. Ademais, a periodicidade e grau dos sintomas maníacos e depressivos podem identificar os subtipos do transtorno bipolar pediátrico. Os autores acrescentam que o fenômeno de distração-desatenção e episódios de irritabilidade explosiva são altamente prevalentes nessa população. Esses sintomas deveriam ser observados para se iniciar um diagnóstico diferencial, salientam os pesquisadores (STATON et al., 2008).

Estudo recente de Joshi e Wilens (2009), aponta que 90% dos casos de transtorno bipolar em jovens apresentam comorbidades, o que dificulta seu diagnóstico e até mesmo o seu tratamento. As comobidades mais associadas a esse transtorno são: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o uso e abuso de substâncias, o comportamento opositivo-desafiador, a ansiedade generalizada e até mesmos sintomas obsessivo-compulsivos. Casos com comorbidades associadas apresentam prognósticos mais reservados também para crianças e adolescentes.

Considerando a constatação de que o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) pode ser uma condição de comorbidade para o transtorno bipolar, além de que ambos os transtornos apresentam alguns sintomas similares, tais como a distração-desatenção e os episódios de irritabilidade explosiva, Sharp et al. (2005) realizaram um estudo a fim de averiguar detalhadamente essa interação. Os cientistas conduziram avaliações neurocognitivas em crianças e adolescentes que apresentavam apenas o TDAH; outras com transtorno bipolar, sem ou com TDAH associado; comparando-as com resultados de crianças saudáveis. Os autores identificaram que as crianças com TDAH foram prejudicadas na sequência de tarefas repetitivas, e as com transtorno bipolar revelaram prejuízos em tarefas sequenciais, devido, sobretudo, a uma atenção inconstante, marco do prejuízo cognitivo decorrente da doença.

De acordo com pesquisa realizada por Goldstein et al. (2009), com jovens entre 7 a 17 anos, diagnosticados com transtorno bipolar, verificou-se que essa população apresenta vários prejuízos psicossociais, que afetam a vida acadêmica e pessoal, independente da idade. As variáveis preditivas de maior prejuízo identificadas pelos autores foram: episódio atual de humor, severidade dos sintomas afetivos atuais, sintomas psicóticos atuais e comorbidades atuais. Durante os episódios de humor, os prejuízos psicossociais foram mais intensos. No entanto, mesmo na remissão parcial desses episódios, os prejuízos psicossociais também puderam ser identificados, embora em menor grau. Ademias, os prejuízos se intensificaram na adolescência.

Em relação a modificações nas estruturas cerebrais, Caetano et al. (2005) verificaram anormalidades nas estruturas fronto-límbicas em crianças e adolescentes semelhantes às encontradas em adultos. Os pesquisadores verificaram tais alterações através da análise de imagens de testes de ressonância magnética e espectroscopia de ressonância magnética. Uma exceção observada foi que, nesses jovens, o volume da amígdala cerebral apresentou-se menor que o comparado com jovens saudáveis, o que não foi identificado na maioria dos estudos com adultos.

Também diferencialmente de adultos e jovens saudáveis, Ahn et al. (2007) identificaram que crianças e adolescentes com transtorno bipolar revelaram maior volume do núcleo acumbens direito, sugerindo um fenômeno neurodesenvovimental. Corroborando com esses achados, Caetano et al. (2008) encontraram que as anormalidades no corpo caloso, provavelmente devido à mielinização alterada durante o processo neurodesenvolvimental, podem ter um papel na patofisiologia do transtorno bipolar nas crianças e adolescentes, similar ao revelado em adultos.

Por sua vez, Pavuluri et al. (2008), em recente estudo, identificaram que, diante de condições de afeto negativo para uma condição neutra, crianças e adolescentes com transtorno bipolar demonstraram maior ativação do córtex cingulado anterior bilateral e na amígdala esquerda, além de menor ativação do córtex pré-frontal ventro-lateral. Na condição de afeto positivo, não houve ativação dessas áreas. Esse padrão de alteração funcional afetiva e cognitiva pode contribuir com a capacidade reduzida para a regulação de afetos e para o autocontrole comportamental no transtorno bipolar pediátrico, sugere o estudo.

Considerações finais

Essa revisão teve por objetivo elucidar algumas questões pontuais relativas à presença de transtornos mentais em crianças e adolescentes, sobretudo o transtorno de humor bipolar. Foi possível observar que o transtorno bipolar pediátrico incide sobre crianças e adolescentes em distintos níveis, desde comportamentais até neurológicos, sendo necessário um diagnóstico precoce da patologia para a administração de um tratamento efetivo.

Muitos pais podem ter receio de tratarem seus filhos com medicações convencionais, acreditando que estas possam ser prejudiciais às crianças. Embora toda medicação incorra em alguns efeitos colaterais, os prejuízos dessa patologia para a vida de crianças e adolescentes são tão severos que sobrepujam qualquer possível efeito indesejado em decorrência do uso. Alguns tratamentos alternativos (exercícios físicos, dieta balanceada, acupuntura, massagem e administração de Omega-3) foram estudados ao longo do tempo, mas com efeitos controversos e questionáveis no tocante a efetividade da remissão dos sintomas dessa patologia, podendo ser utilizados apenas como coadjuvantes ao tratamento medicamentoso tradicional (POTTER et al., 2009).

O tratamento psicoterápico também é uma necessidade premente nesses casos, auxiliando a remissão dos sintomas. Dentre estes, destaca-se as abordagens cognitivo-comportamentais, com foco na reestruturação cognitiva do paciente e na continua monitoração da sintomatologia. Do mesmo modo, os pais e cuidadores diretos também devem passar por programas psicossociais, de modo a receberem informações precisas acerca da patologia e empreenderem processos de reeducação, como um fator importante para o apoio ao tratamento de crianças e adolescentes com transtorno bipolar pediátrico.

Referências

AHN, M. S. et al. Anatomic brain magnetic resonance imaging of the basal ganglia in pediatric bipolar disorder. Journal of Affective Disorders, v. 104, n. 1-3, p. 147-154, Dez. 2007.

ALCANTARA, I. et al. Avanços no diagnóstico do transtorno do humor bipolar. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, v. 25, p.22-32, Abr. 2003.

APA - Associação Psiquiátrica Americana. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IVª ed. Revisada. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

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Autor: Mari Appel e Guilherme Wendt - Equipe SIS.Saúde

Fonte: Vide Referências

A responsabilidade civil dos hospitais

Cada vez mais frequentes, ações judiciais decorrentes de erros médicos devem ser analisadas minuciosamente

Segundo dados do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos últimos seis anos as ações judiciais decorrentes de erros médicos aumentaram 155% e, atualmente, encontram-se em fase adiantada de discussão, aproximadamente, 500 processos referentes ao tema. Mesmo com o grande aumento nas ações judiciais, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a questão da responsabilidade civil dos hospitais por eventuais danos não é tão simples quanto parece.

De acordo com o advogado João Paulo Maranhão, sócio-advogado do Escritório Katzwinkel e Advogados Associados, não se pode presumir a culpa do hospital, ou aplicar a teoria do risco empresarial, diante das peculiaridades que envolvem a natureza deste serviço. “É necessário analisar todos os requisitos que devem estar presentes para que se possa falar em responsabilidade civil das instituições médicas, pois a doutrina estabelece uma diferenciação entre responsabilidade contratual (decorrente do descumprimento do contrato) e extra-contratual (decorrente da prática de ato ilícito causador de prejuízo)”, explica o especialista.

No primeiro caso citado por João Paulo Maranhão, a responsabilidade contratual é indispensável a existência de um contrato entre as partes, que pode estar ou não formalizado por um instrumento, e que qualquer um dos envolvidos tenha descumprido algumas das obrigações estipuladas. “Ao procurar o atendimento hospitalar, o paciente espera que a instituição forneça condições estruturais e preste todos os serviços necessários durante o internamento. Quando o hospital e seus profissionais fornecem o tratamento desejado e previsto, não há que se cogitar a prática de ato ilícito e nem a responsabilização da instituição civilmente”, avalia.

Já no caso de responsabilidade extracontratual (aquiliana), se uma das partes praticar um ato, necessariamente ilícito, contrário à disposição legal, será aplicado, então, o princípio de que ninguém deve infringir a lei e os princípios dela decorrentes. “A lei estabelece que, neste caso, verificado o dano, haverá a obrigação de indenização, desde que presentes os requisitos da responsabilidade civil, como, por exemplo, a existência de uma ação ou omissão; a culpa; o dano e nexo de causalidade”, exemplifica o especialista.

Além de todos estes dados contratuais, João Paulo Maranhão explica que a pretensão de responsabilizar o hospital, independente de culpa, com base nos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor, também deve ser analisada corretamente, pois o Código confere uma proteção maior aos pacientes e, consequentemente, diminui as chances dos hospitais nas disputas judiciais. “A instituição médica, mesmo sendo prestadora de serviços, não responde por todo evento ocorrido em suas dependências. Se assim fosse, jamais receberia um paciente para cirurgia, na medida em que todo procedimento cirúrgico implica, necessariamente, em lesões corporais e, nestes casos, a instituição teria que responder por danos estéticos causados aos pacientes”.

Segundo o Código de Defesa do Consumidor (artigo 14, §4º), a responsabilidade dos profissionais liberais será apurada nos termos da legislação civil, podendo a vítima comprovar a prática de ato ilícito. “A interpretação da legislação mostra que a instituição de saúde responderá, sem que haja necessidade do paciente demonstrar a culpa da instituição, quando for comprovada a culpa dos médicos”.

Qualidade é a melhor arma contra problemas judiciais

Para o advogado, ao analisar todos estes aspectos fica evidente a necessidade da comprovação da prática de ato ilícito por parte dos médicos, para que a instituição possa ser responsabilizada civilmente por um caso de erro médico. “Desta maneira, os profissionais, assim como o hospital, devem fornecer o serviço da melhor forma possível, exatamente como a ciência médica determina. Caso sejam observados estes procedimentos e, mesmo assim, haja dano, este só pode ser atribuído a ocorrência de caso acidental, mas não aos médicos ou ao hospital”, finaliza o advogado.

Autor: Eduardo Betinardi
Fonte: Lide Multimídia

Anvisa cria grupo de trabalho para estudar nova legislação para comércio odontológico

O objetivo é avaliar a criação de uma Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) específica às dentais (loja do cirurgião dentista)

Representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de entidades ligadas ao setor odontológico criaram um grupo de trabalho para avaliar as dificuldades das dentais em atender a atual legislação sanitária. Por conta do impasse, que ocorre pela falta de consonância entre o perfil da atividade e as exigências legais, cerca de 75% das lojas do segmento funcionam sem toda a documentação necessária.

O grupo de trabalho tem a missão de avaliar o mercado e, a partir do estudo, propor uma Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) específica às dentais. O próximo encontro da comissão está agendado para o dia 16 de setembro, em Brasília. "Até o momento não há nenhuma notificação de alteração de qualidade ou de processo relacionada a esses estabelecimentos. O que existe é uma necessidade de adequar a legislação brasileira a um ramo de produtos para a saúde que está trabalhando e precisa ter uma normatização", disse o adjunto de Diretoria da Anvisa, Luiz Roberto Klassmann.

O presidente da Associação Brasileira do Comércio de Produtos Odontológicos (ABCPO), Aloísio Sales, defende a criação de uma legislação menos burocrática e mais fácil de ser cumprida. "Queremos que as dentais estejam totalmente legalizadas, amparadas pela resolução que vier a ser determinada. Hoje, além de oneroso, é muito trabalhoso cumprir a lei. As empresas que compõem este segmento são de pequeno porte e não têm saúde financeira para suportar uma despesa que não esteja adequada ao seu tamanho", explicou Sales.

A reforma da legislação também é aguardada pela indústria odontológica. "É de extrema importância regularizar o setor, não só para legalizar o comércio, mas para legitimar toda a cadeia. A odontologia cresceu, começa a viver uma nova fase e passa a ser vista como um todo pela Anvisa", acredita Regiane Marton, membro do Setor de Odontologia da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO). "A associação está atenta às necessidades da odontologia e busca destacar seu papel na área da saúde brasileira", completa o diretor da ABIMO, Paulo Roberto Ramos de Souza.

Autor: Imprensa
Fonte: ABIMO

As raízes evolutivas da depressão

Dois cientistas sugerem que a depressão não é um mau funcionamento, mas uma adaptação mental que traz certas vantagens cognitivas

A depressão parece estar sob um paradoxo evolutivo. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, junto de estimativas de outros países, revelaram que entre 30 e 50% das pessoas se encontram em consonância com os critérios diagnósticos psiquiátricos para transtornos de depressão maior, mesmo que em algum momento de suas vidas. Contudo, o cérebro desenvolve papéis cruciais para promover a sobrevivência e a reprodução das espécies, assim, as pressões da evolução deveriam ter deixado nossos cérebros resistentes para tais taxas de “mau funcionamento”. Os transtornos mentais, geralmente, deveriam ser raros – mas por que a depressão não é?

Esse paradoxo poderia ser solucionado se a depressão fosse um problema do envelhecimento. O funcionamento de todos os sistemas corpóreos e órgãos, inclusive o cérebro, tende a se deteriorar com idade. Essa não é uma explicação satisfatória para a depressão, pois as pessoas tendem a experimentar o primeiro ciclo depressivo já na fase da adolescência e na adultez jovem.

Talvez a depressão possa estar associada à obesidade, afirmam alguns especialistas - um problema que surge porque as condições modernas são muito diferentes das quais nós evoluímos. O Homo Sapiens não evoluiu com biscoitos e refrigerante facilmente disponíveis. Contudo, essa ainda não é uma explicação satisfatória. Foram verificados sintomas de depressão em todas as culturas examinadas cuidadosamente, incluindo as sociedades de pequena escala, como a Ache, no Paraguai, e a do Kung, na África sulista - sociedades nas quais se acredita que as pessoas vivem em ambientes semelhantes às de nosso passado evolutivo.

Há outra possibilidade: que, na maioria dos exemplos, a depressão não deveria ser pensada como um transtorno. Em um artigo recentemente publicado na revista Psychological Review, foi discutido que a depressão é na realidade uma adaptação, um estado mental que traz reais custos, mas também traz reais benefícios.

Uma razão para suspeitar que a depressão é uma forma de adaptação, e não um mau funcionamento, baseia-se na pesquisa a respeito de uma molécula no cérebro, conhecida como receptor 5HT1A. O receptor 5HT1A liga-se a serotonina, outra molécula do cérebro que é altamente implicada na depressão, base de ação da maioria dos antidepressivos atuais. Em estudos com ratos, identificou-se que nos quais faltou esse receptor, houve menos sintomas da depressão em resposta ao estresse, o que sugere que esse receptor é, de alguma forma, envolvido na promoção da depressão.

Indústrias farmacêuticas estão projetando a próxima geração de medicamentos antidepressivos com o foco no receptor 5HTT1A. Quando os cientistas compararam a composição da parte funcional do receptor 5HT1A de ratos rato em relação aos humanos, este é 99% semelhante, o que sugere que tal fato é tão importante que a seleção natural preservou tal condição. A habilidade de ativar a depressão parece ser importante aos seres vivos - logo, não se trata de um mau funcionamento ou de um acidente evolutivo.

O que não representa dizer que a depressão não é um problema. Pessoas deprimidas apresentam, freqüentemente, dificuldades para executar atividades cotidianas; bem como dificuldades em se concentrar no trabalho; tendem a se isolar socialmente; são letárgicas e perdem freqüentemente a habilidade para ter prazer em atividades como alimentar-se e até mesmo sexo. Algumas podem mergulhar em ciclos de depressão severos, prolongados e até ameaçadores à vida.

Assim, o que poderia ser tão útil sobre a depressão? Pessoas deprimidas pensam freqüentemente e intensamente em seus problemas. Esses pensamentos são chamados de ruminações; tais pensamentos são persistentes e as pessoas deprimidas têm dificuldade de pensar em qualquer outra coisa. Numerosos estudos também mostraram que esse estilo de pensamento é com frequencia altamente analítico. Essas pessoas enfatizam um problema complexo, desmembrando em componentes menores que são considerados pela pessoa um de cada vez.

Tradução: Equipe SIS.Saúde

Autor: Paul W. Andrews e J. Anderson Thomson Jr.
Fonte: Scientific American

Governo lança plano para incentivar homens a irem ao médico uma vez ao ano

Ministério da Saúde vai fazer campanha sobre prevenção de doenças

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (27) uma política nacional de saúde do homem que pretende levar pelo menos 2,5 milhões dos que tem idades entre 20 e 59 anos ao médico pelo menos uma vez por ano. O plano prevê aumento no valor de procedimentos urológicos e de planejamento familiar e 20% de crescimento no número de ultrassonografias de próstata –em um investimento estimado em R$ 613,2 milhões até 2011.

De acordo com uma pesquisa de 2007 divulgada pelo órgão, a cada três pessoas que morrem no Brasil (mortes não relacionadas necessariamente à saúde), duas são homens. Além disso, quatro entre cada cinco pessoas entre 20 e 30 anos que morrem também são do sexo masculino. Eles respondem por quase 60% das mortes no país.

Dos mais de R$ 613 milhões, o ministério afirma que R$ 91 milhões servirão para capacitar profissionais de saúde no atendimento ao público masculino. O resto do dinheiro servirá para aumentar o número de procedimentos cirúrgicos, para a compra de equipamentos e para uma campanha sobre o tema.

O governo também vai aumentar o valor repassado para instituições que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em procedimentos como a vasectomia, especialmente para aquelas feitas em ambulatório. Nesse caso, o valor deve aumentar em quase 150%. As vasectomias feitas com internação –69,57% delas– terão reajuste de 20%. De acordo com o ministério, o número de homens que fazem esse procedimento contraceptivo caiu pouco mais de 7%.

Outras cirurgias também terão o valor aumentado –entre elas, a de circuncisão. Conhecida como postectomia, ela consiste na retirada da pele do prepúcio que envolve a glande do pênis e é indicada para homens que tenham fimose. Segundo o ministério, a cirurgia está relacionada à prevenção de câncer no órgão e de doenças sexualmente transmissíveis.

Para o aumento no número de ultrassonografias de próstata –que pode ajudar na prevenção ao câncer maligno- o governo pretende investir R$ 4,4 milhões. A ideia é aumentar o número de exames para 110 mil no próximo ano. Em 2008, foram feitas 78 mil ultrassonografias.

O ministério diz, baseado em estimativa do Instituto Nacional do Câncer, que o câncer de próstata será a segunda causa de mortes provocadas pela doença entre homens até o final deste ano. Entre 1979 e 2006, a taxa de mortalidade por câncer de próstata aumentou em 120%. O de cólon e reto está em quinto na lista.

Segundo o ministério, o câncer de pênis representa 2% das neoplasias (proliferação anormal de células) que atingem o homem, e está vinculado com falta de higiene e baixa condição sócio-econômica. Pelo menos mil pênis são amputados por ano no Brasil, e o câncer é mais frequente entre homens das regiões Norte e Nordeste. O governo quer aumentar o número de cirurgias e patologias do trato genital masculino em 10% ao ano.

Autor: Rafael Targino
Fonte: Globo.com

Comer maçã faz muito bem à saúde


INBRAVISA recomenda quercetina

Quanto mais a ciência evolui , mais se adquire conhecimento sobre novas substâncias que a natureza coloca a disposição para que nosso organismo funcione mais e melhor.

É com base nestes conhecimentos que o INBRAVISA - Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária faz uma recomendação para o uso de uma destas substâncias: a quercetina.

A quercitina uma substância que tem potente atividade antioxidante, isto é, a capacidade de anular os radicais livres, moléculas que prejudicam e envelhecem as células.

A boa notícia é que a quercetina é encontrada numa fruta muito comum e saborosa: a maçã! Isto mesmo a maçã é uma fruta rica em quercetina.

Especialistas recomendam que se consuma ao menos uma mação ao dia para que o organismo tenha os benefícios desta substância. É claro que existem outros alimentos que possuem esta substância , mas a maçã, por ser uma fruta relativamente barata a acessível a maioria das pessoas é uma ótima fonte de quercitina

Pesquisas demonstram que a aplicação de uma solução com 1% de quercetina aplicada na pele de camundongos foi capaz de barrar os malefícios dos raios solares.

Enquanto novo remédio não é produzido em escala industrial não custa comer uma maçã ao dia, recomenda o INBRAVISA - Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária.

Autor: Gerência de Comunicações - INBRAVISA
Fonte: Maxpress Net