quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Consumo reduzido de açúcar ou aumento de fibras pode reduzir o risco de diabetes tipo 2 em crianças

Estas alterações alimentares estão associadas a melhoras nos resultados do metabolismo relacionado ao risco de diabetes tipo 2

De acordo com os resultados de uma análise secundária de um estudo controle randomizado na Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, crianças latinas que reduziram o consumo adicional de açúcar em aproximadamente uma lata de refrigerante por dia ou aumentaram o consumo de fibras em aproximadamente meia xícara de grãos tiveram melhoras nos fatores de risco para diabetes tipo 2.

“Em análises transversais anteriores sobre o sobrepeso em jovens latinos, nós mostramos que o consumo de fibra na dieta está inversamente associado à circunferência abdominal e síndrome metabólica, e o consumo de açúcar total ou adicional está associado a função pior das células beta, independentemente da adiposidade”, escreveu Emily Ventura, MPH, do Keck School of Medicine, University of Southern California, Los Angeles, e colaboradores.

“Além disso, nós mostramos que em um estudo piloto de intervenção que durou 12 semanas, meninas latinas com sobrepeso com reduções maiores no consumo adicional de açúcar apresentaram reduções maiores na secreção de insulina. Até o momento, somente poucos estudos examinaram os efeitos de dietas com muita fibra e pouco açúcar na saúde metabólica de jovens com sobrepeso e, pelo que sabemos, nenhum deles testou os efeitos deste tipo de intervenção em um grupo jovem latino com os dois gêneros”.

O objetivo deste estudo foi determinar se a redução do consumo de açúcar adicional e o aumento do consumo de fibras estão associados a melhoras nos resultados do metabolismo relacionado ao risco de diabetes melito tipo 2.

Em um laboratório que avalia o estilo de vida e medidas metabólicas no General Clinical Research Center, 54 adolescentes latinos com sobrepeso foram randomizados para receber 1 de 3 intervenções que duraram 16 semanas: controle, aulas de nutrição e aulas de nutrição associadas a aulas de treinamento de força. A idade média foi de 15,5 ± 1 anos.

Os desfechos primários do estudo foram medidas da composição corpórea pela absortometria de raio-x de dupla energia, determinação da adiposidade do tecido visceral por ressonância magnética, teste oral de tolerância à glicose e determinação da área de incremento da glicose e insulina sob a curva; medida da sensibilidade da insulina pelo teste intravenoso de tolerância à glicose, resposta insulínica aguda e índice de disposição; e registro de 3 dias da dieta do paciente.

Mais da metade (55%) de todos os participantes diminuíram o consumo de açúcar (redução média de 47 g/dia) e 59% aumentou o consumo de fibra (aumento médio de 5 g/dia). Em todos os grupos de intervenção, incluindo os pacientes controle, as percentagens daqueles que mudaram o consumo de açúcar e fibra foram semelhantes.

Comparado com os participantes que não mudaram a dieta, aqueles que reduziram a ingestão de açúcar tiveram melhoras na área de incremento de glicose sob a curva (-15% versus 3%; p = 0, 049) e na área de incremento de insulina sob a curva (-33% versus -9%; p = 0,02). Os participantes que aumentaram a ingestão de fibras melhoraram o índice de massa corpórea (-2% versus 2%; p = 0,01) e tecido adiposo visceral (-10% versus nenhuma mudança; p = 0,03).

“Os pacientes que reduziram o consumo adicional de açúcar em aproximadamente uma lata de refrigerante por dia ou aumentaram o consumo de fibras em aproximadamente 1/2 xícara de grãos apresentaram melhoras nos principais fatores de risco para diabetes tipo 2, especificamente na secreção de insulina e gordura visceral”, escreveram os autores do estudo. “As melhoras ocorreram independentemente das tarefas do grupo e foram igualmente propensas a ocorrer nos participantes do grupo controle”.

As limitações desse estudo incluíram análise secundária, falta de cegamento e possível efeito Hawthorne.

“Os guias nutricionais dados no atendimento primário ou na comunidade podem ser suficientes para promover, em alguns indivíduos, as mudanças sugeridas na dieta”, concluíram os autores do estudo. “Além disso, políticas que promovam redução do consumo adicional de açúcar e ingestão aumentada de fibras poderiam ser estratégias eficientes de saúde pública para a prevenção de diabetes tipo 2 nesta população de alto risco”.

The National Cancer Institute, University of Southern California Center for Transdisciplinary Research on Energetics and Cancer, National Institute of Child Health and Human Development, Dr. Robert C. and Veronica Atkins Foundation, e National Center for Research Resources/National Institutes of Health financiaram esse estudo. Os autores não relataram relações financeiras relevantes.

Autor: Laurie Barclay
Fonte: SIS.SAÚDE

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