domingo, 4 de julho de 2010

Retinoblastoma

Incidência da doença no Brasil é maior do que em países desenvolvidos

A edição de fevereiro da revista científica Internacional Journal of Cancer trouxe um artigo dos profissionais do INCA, Instituto Nacional do Câncer, intitulado Cancer incidence among children and adolescents in Brazil: first report of 14 population-based cancer registries. A publicação revela que a incidência de retinoblastoma no Brasil é o dobro da registrada nos Estados Unidos e na Europa. Enquanto algumas cidades brasileiras registram entre 21,5 e 27 casos desse câncer, por milhão, nos EUA, esse valor varia entre 10 e 12 casos, por milhão. Segundo os pesquisadores do INCA, o estudo brasileiro na área será ampliado. O próximo passo será tentar descobrir os motivos que expliquem essa diferença, como fatores ambientais, alimentares ou genéticos.

“O retinoblastoma é um tumor ocular originário das células da retina. É o mais comum tumor ocular na infância e pode ter caráter hereditário, o que ocorre em 10% dos casos. A doença pode acometer apenas um ou os dois olhos. Este tipo de câncer é bastante agressivo, pode invadir o nervo óptico e o sistema nervoso central, sendo, nestes casos, fatal. O retinoblastoma pode também determinar metástases. Por todos estes motivos, a doença pode e deve ser diagnosticada, o quanto antes”, defende o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Como diagnosticar a doença?

O retinoblastoma pode estar presente já no nascimento e, geralmente, acomete crianças na fase pré-verbal, até os dois anos e meio de idade, por isso é fundamental que pais e pediatras estejam atentos para qualquer sintoma da doença. “Quando diagnosticado em tempo, o retinoblastoma é curável e a visão da criança pode ser preservada. Quanto mais tardiamente for detectado, menores as chances de um resultado favorável”, observa Sérgio Pimentel, que também integra o corpo clínico do IMO.

O principal sintoma a ser observado, segundo o médico, é a baixa visão que, quando ocorre nos dois olhos, pode ser percebida pelos pais. “O retinoblastoma também se manifesta através de um brilho branco semelhante ao do olho do gato (leucocoria), quando a pupila é submetida à luz artificial. Esta observação geralmente é feita pelos familiares. A criança com retinoblastoma pode ainda apresentar estrabismo e aparência anormal do olho”, explica.

Fotos com flash podem denunciar a doença, quando os olhos não refletem a cor vermelha em um dos olhos ou em ambos. “Mas é importante dizer que nem todos os casos de ausência de reflexo vermelho ocorrem devido à presença de retinoblastoma. A catarata congênita e o glaucoma congênito também provocam um reflexo branco através da pupila”, afirma Sérgio Pimentel.

O Teste do Reflexo Vermelho, o famoso Teste do Olhinho, realizado pelos pediatras nos primeiros dias de vida da criança, é um dos exames que pode diagnosticar a doença precocemente. “Como o teste só é obrigatório em alguns estados brasileiros, os pais têm papel fundamental na percepção de qualquer anormalidade na visão do bebê. Em caso de suspeita de presença da doença, o primeiro passo é encaminhar a criança ao oftalmologista com a máxima urgência. O diagnóstico é confirmado por meio de outros exames: fundo de olho, ultrassonografia ocular e tomografia computadorizada”, informa o oftalmologista.

Opções terapêuticas

O tratamento do retinoblastoma permite, em muitos casos, controlar a doença e conservar o globo ocular e a visão. O tipo de tratamento adotado depende do estado de evolução da doença:

· Tumores pequenos: podem ser tratados por laser;

· Tumores médios: podem ser tratados por quimioterapia, braquiterapia e laser;

· Tumores grandes: podem ser tratados pela enucleação. “Em caso de metástase, a quimioterapia e a radioterapia podem fazer parte do tratamento. Nos casos de enucleação, há a possibilidade de implante de prótese ocular, mediante avaliação do oftalmologista. As próteses oculares não reabilitam a visão da criança, asseguram apenas a correção estética”, explica Sérgio Pimentel.

CONTATO:

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Fonte: sis.saúde

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