A combinação
do diabetes tipo 2 e da pressão arterial elevada pode aumentar
significativamente as chances de um indivíduo de desenvolver glaucoma
de ângulo aberto. Os resultados são de um estudo recente da Universidade
de Michigan, publicados na revista Ophthalmology.
De acordo com os pesquisadores
norte-americanos, o diagnóstico de diabetes tipo 2 aumenta o risco
de glaucoma em 35%. O de hipertensão arterial em 17%. Mas, quando ambas
condições estão presentes, a probabilidade de desenvolver glaucoma é
de 48%.
Para chegar a estes números, a equipe de
Joshua D. Stein analisou dados de mais de 2 milhões de pessoas, com 40
anos ou mais, que integravam uma rede de atenção gerenciada nos
Estados Unidos, entre 2001 e 2007. O objetivo da pesquisa era analisar
como as possíveis associações entre os vários componentes da síndrome
metabólica - um conjunto de condições que inclui obesidade,
hipertensão, diabetes e hiperlipidemia (colesterol alto e triglicérides
elevados) - afetava a saúde da população americana.
Além de descobrir que o diabetes tipo 2
e a hipertensão aumentam o risco de desenvolvimento do glaucoma de
ângulo aberto, os pesquisadores descobriram também que a hiperlipidemia
reduz em 5% o risco de desenvolver a doença. “Mais estudos sobre esta
pesquisa estão em andamento para avaliar se é a hiperlipidemia em si,
os medicamentos usados ​​para tratar a condição, ou ambos, que
ocasionam a redução do risco de glaucoma. Um aprofundamento deste estudo
pode levar, inclusive, a novos tratamentos para o glaucoma de ângulo
aberto”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO,
Instituto de Moléstias Oculares.
Um alerta importante
"Já sabíamos do grande risco de
cegueira por doenças da retina que os pacientes que tem diabetes e
hipertensão correm. O que o novo estudo sugere é que estes pacientes
também apresentam uma maior probabilidade de desenvolvimento do
glaucoma, outra grande preocupação. A nova pesquisa reforça a
importância dos exames oftalmológicos regulares", afirma a
oftalmologista Roberta Velletri, que também integra o corpo clínico do
IMO.
“O glaucoma é uma das principais causas
de cegueira irreversível no mundo. Nos Estados Unidos, mais de 2,2
milhões de pessoas têm a doença. No Brasil, as estimativas apontam para
mais de 1 milhão de pessoas portadoras de glaucoma, em seus vários
tipos”, observa a médica.
“Como o aumento da longevidade é um
fenômeno mundial, o diagnóstico dos casos de glaucoma devem aumentar
muito. Como os sintomas do glaucoma de ângulo aberto não aparecem até
que a doença tenha progredido e prejudicado definitivamente a visão, é
fundamental mapear os grupos de risco para a doença, visando aumentar a
eficácia do rastreamento e do monitoramento da doença. Além dos grupos
de risco já conhecidos (indivíduos com mais de 40 anos, raça negra,
altos míopes e pacientes que tiveram trauma ocular), devemos estar
atentos também aos portadores de diabetes tipo 2 combinada com
hipertensão arterial”, observa o oftalmologista Ricardo Giacometti
Machado, que também integra o corpo clínico do IMO.
Após a quarta década de vida é
importante consultar o oftalmologista todos os anos. “E a recomendação é
mais forte para quem apresenta fatores de risco como diabetes mellitus
e/ou hipertensão arterial”, afirma Ricardo Giacometti Machado.
CONTATO:
Site: www.imo.com.br
E-mail: imo@imo.com.br
Twitter: http://twitter.com/clinicaimo
Fonte: SIS Saúde
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