sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Em duas semanas, o mundo terá os primeiros resultados de uma potencial vacina para o vírus H1N1

Os países podem pagar entre US$ 2,50 e US$ 20 por uma dose, afirma OMS

Em duas semanas, o mundo terá os primeiros resultados de uma potencial candidata a vacina contra o vírus H1N1, causador da influenza A, conhecida como gripe suína. Em entrevista ao Correio, por e-mail, Andrin Oswald – diretor-geral da Divisão de Vacinas e Diagnósticos da companhia suíça Novartis – afirmou que os testes clínicos tiveram início em julho. “Três de nossas quatro plantas de vacinas (Marburg, na Alemanha; Liverpool, no Reino Unido; e Siena, na Itália) começaram imediatamente com a adaptação da cepa a nossos processos de fabricação baseados na cultura celular e na inoculação do vírus em ovos de galinha”, explicou. “Nós esperamos entregar as encomendas de vacinas aos governos que as pediram entre outubro e dezembro deste ano”, acrescentou. De acordo com ele, o cronograma para a distribuição dependerá das estratégias de cada país.

Segundo a chefe de pesquisa de vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny, os países podem pagar entre US$ 2,50 e US$ 20 por uma dose, dependendo da capacidade deles para arcar com os custos. “A indústria usará preços escalonados. Portanto, países com alta renda pagarão entre US$ 10 e US$20 por dose, enquanto países com renda média pagarão aproximadamente a metade, e os com baixa renda, a metade destes”, explicou. Mas Kieny ressaltou que não haverá vacinas suficientes para toda a população mundial.

Sem risco

Andrin Oswald garantiu que a vacina não representará risco para o ser humano. “Não existe um vírus inteiro, apenas parte do micro-organismo original é incluída para estimular uma resposta imunológica do organismo”, ressaltou. Marie-Paule Kieny adverte, porém, que as pessoas não devem confiar totalmente na vacina. Segundo ela, é preciso complementar os cuidados com outras medidas preventivas contra o vírus, como evitar multidões, fechar escolas em alguns casos e manter a higiene pessoal. “Não devemos ficar hipnotizados pelas vacinas”, destacou.

Segundo Duane Gubler, diretor do Instituto Ásia-Pacífico de Medicina Tropical e Doenças Infecciosas, o perigo do vírus H1N1 está em sua habilidade de se modificar rapidamente. “Ele tornou-se tão transmissível que está se movendo pelo Hemisfério Sul, sofrendo mutações e se tornando mais virulento. Em questão de três meses, ele se espalhou por praticamente todos os países do mundo”, afirmou, durante o I Simpósio Internacional sobre Dengue, realizado em Manila (Filipinas) pelo Instituto Novartis para Doenças Tropicais (NITD, pela sigla em inglês).

No Brasil, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, 657 pessoas já morreram e 6.592 foram contaminadas pela nova gripe. O número de casos registrados caiu pela terceira semana seguida.

Além do Novartis, a francesa Sanofi-Pasteur, a britânica GlaxoSmithKline e a americana Baxter elaboram a vacina contra a doença.

Autor: Rodrigo Craveiro
Fonte: Correio Braziliense
SIS.SAÚDE

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